2007-12-05

Diário de um hipocondríaco

Há quatro dias encontrei no café um colega de profissão, agora reformado, que já não via há dois anos.Conversámos mais de uma hora, o tempo suficiente para pôr a conversa em dia. Falei do meu blog, expliquei-lhe o que era.

O meu colega, a certa altura no meio de uma gargalhada, propôs que eu contasse no blog, a época da vida dele, em que teve um esgotamento nervoso e ficou sem trabalhar durante um ano e meio. Sofreu muito, e quando melhorou estava hipocondríaco. Para preparar as consultas, resolveu fazer um diário. É essa fase que ele me autorizou a escrever, com a condição de eu compor o estilo telegráfico em que ele escreveu. E esforçar-me por perceber a sua letra.

Dois dias depois entregou-me três cadernos, de que já li algumas páginas. Pediu-me também que fizesse os comentários que entendesse fazer.

Disse ele, que nessa época só falava de doenças. Os colegas de trabalho apelidaram-no de "maníaco das doenças" E terá sido preciso o passar dos anos e a mudança que ele impôs a si mesmo, de não voltar a falar do seu sofrimento, que mudou a atitude dos colegas, para com o Fernando, que é o seu nome fictício que aqui usarei.

No próximo artigo, começarei a transcrever o que o Fernando confessou ao Diário.

José Pereira

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